quarta-feira, 13 de julho de 2011

Muitas desculpas e até já

É uma vergonha, vai para lá de um mês que não venho a este blogue. Lembro-me dele todos os dias mas o tempo não estica mesmo. Pudesse eu ser talhada em duas e a minha vidinha seria muito mais fácil.

Só para vos dar um lamiré, nas últimas cinco semanas corri Itália de Norte a Sul com um grupo tão fofinho mas tão fofinho que quase esperneei quando se foram embora, fui assaltada por dois homens de mota em Nápoles – qual James Bond – e tornei-me uma sem-terra sem direito a expatriação. Estive no casório do meu primo em Portugal, rocei a loucura com o curso de vídeo (do qual não percebia nada e agora até pareço uma pró). Respirar. Continuei a trabalhar, terminei o estágio com direito a relatório final, quase que acabei com a tese de mestrado que mais parece a obra de Santa Engrácia e fui até à Sardenha pôr o pernil de molho que seis anos de namoro bem passados merecem ser comemorados.

Ufa, cansados? Imaginem eu… Espero voltar em breve para contar tudo timtim por timtim. Uma história de cada vez, prometo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Namorado italiano?

Vim para Itália com um homem que não sabia o que era um bolero, não distinguia o caqui do verde azeitona ou umas leggings de umas calças de algodão. Ao fim de quatro meses, não é que dou por mim com um entendido em moda?

Passeávamos pelas ruas de Florença, eu sugava o conteúdo das montras, ele reparava em pormenores para fotografar quando, para meu espanto, se detém numa loja por mais de um minuto: "Sabes uma coisa? A Guess é uma marca badalhoca", disse enquanto franzia o nariz e apontava para os berlicoques dourados das malas.

Então está bem, se tu dizes quem sou eu para contradizer.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Puzzare

É como se diz cheirar em italiano. Vá-se lá saber porquê, sempre que ouço a palavra, desmancho-me a rir. Io puzzo, tu puzzi, lui puzza...

O meu dia começou assim

Fui ao bar do meu bairro beber um café e comer um croissant de chocolate. Qual malabarista, equilibrei a revista do La Reppublica, o pires do café e o prato com o bolo até à mesa da esplanada solarenga.

Mal me sentei, um pássaro bebé começou a rondar os meus pertences. Enquanto o enxotava, mandei também um safanão no café que banhou mesa e cadeiras. Fui a correr buscar guardanapos para fazer uma “operação mãos limpas” e, quando voltei, tinha o cabrão do pássaro a lambuzar-se de massa folhada e creme de chocolate.

Conclusão: Em Itália, até os pássaros são mafiosos.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Declaração de amor matinal

Hoje saí de casa cedo para ir trabalhar, deixei-o a dormir tranquilamente, indiferente à quantidade de pequenas coisas que havia para fazer lá por casa.

A meio da manhã, resolvi demonstrar-lhe o quanto gosto dele e enviei-lhe este email. Agora estou aqui em pulgas para chegar a casa e ver a capacidade que o amor tem para transformar tudo. Vá lá, não me desiludas.

“Só para saberes que gosto muito, muito de ti! Os teus olhinhos em bico, o teu cabelo, os teus beijinhos... Quando fazes a cama, lavas a loiça e varres o chão, aí, tenho a certeza que és o tal. Queres ser o tal sem margem para dúvidas? Um grande beijinho”

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A inolvidável experiência de uma ida à discoteca

É mais ou menos o mesmo que ir à antiga Feira Popular. O Dj não diz “mais uma volta mais uma viagem” mas faz publicidade ao restaurante do Sr. Peppe com menus a 10 euros e saladas do melhor que há, fala da exposição de arte que vai inaugurar na próxima semana e chega a comentar o rabo das bailarinas, bem jeitoso por sinal, que se abanam com um vestido branco transparente em duas plataformas elevadas.

Às vezes também saca dos laralálá, dos tum tum tum ou papapa para acompanhar o ritmo da música e combater o seu total desconhecimento da letra. Eu que venho de uma terra em que o volume da música nas discotecas quase que faz as minhas pernas moverem-se sozinhas não me consigo habituar a isto. Música baixa com tanto mas tanto parlapiê à mistura que apetece chegar ao pé do DJ e dizer: “Cala-te já por amor da santinha que eu vim aqui para dançar e já me dói a cabeça de te ouvir. Já agora, se não te importares, eleva o volume de modo a que não consiga ouvir como se estivesse numa esplanada os meus compinchas de bailarico”.

Posto isto, devo ainda referir a paixão dos italianos por ancas. Pode haver um corredor de cinco metros de largura para os senhores espaçosos passarem mas eles escolhem sempre a opção elevar as mãos à Mamma Mia e agarrar, num gesto firme e decidido, as ancas das meninas ao mesmo tempo que empurram todo o seu corpo ligeiramente para o lado e se roçam para abrir caminho.

As discotecas são giras, sim senhora. De destacar o Central Park, aqui em Florença, com três pistas – numa das quais não pus os pezinhos porque era só para VIPS – ao ar livre e música razoável tendo em conta que estamos em Itália e eles ouvem esta pérola que abaixo vos apresento.

P.s - Prestem especial atenção a partir do minuto 1.53

domingo, 22 de maio de 2011

Fui ao paraíso e voltei

O fim-de-semana passado estive aqui. Água límpida e quente, vinhas, casas catitas e uma vista de cortar a respiração. Deveria ser obrigatório visitar as Cinque Terre uma vez na vida. Apontem na agenda: Monterrosso, Vernazza, Riomaggiore, Corniglia e Manarola.

O sítio onde até no cemitério apetece viver...
Ao pé deste cemitério, não me importava de ter uma casa.