quarta-feira, 11 de maio de 2011

Um de nós vai morrer, resta saber se eu ou o berbequim

Há dias que é assim. O berbequim, a rebarbadora, os martelos - e sabe Deus que mais ferramentas - começam a funcionar impreterivelmente às oito da manhã. Como o meu tecto é de madeira sempre que os senhores malvados tentam furar o chão a sensação que tenho é que me estão a abrir a cabeça.

Não consigo falar ao telemóvel, concentrar-me e às vezes tenho de gritar para que me oiçam dentro de casa. Tenho de lavar a loiça duas vezes porque os meus móveis estão cheios de pó e não são raras as ocasiões em que me caiem pedras e areias oriundas do tecto em cima da tola.

Para completar o ramalhete, o senhor obreiro canta e muito e mal e em italiano. Ora escada acima, ora escada abaixo, ora escada acima, ora escada abaixo. E eu a desejar que ele caia, parta um dentinho que é para a próxima se lembrar que às oito da matina não se dá música aos vizinhos.

Hoje acordei decidida a ir lá cima. Raios me partam, aqueles senhores pintalgados de pó e tinta até podem ter autorização para começar a tal hora da madrugada mas tinha de ser logo à bruta? Logo com a broca mais barulhenta da caixa?

Têm razão senhores, há muito tempo que a minha vida decorria de forma mais ou menos tranquila. Passam trinta minutos das nove da manhã e a sensação que tenho é que o meu cérebro está a funcionar há 12 horas sem parar.

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