sexta-feira, 8 de abril de 2011

O italiano português

O Marco é italiano mas parece um português nascido e criado em Trás-os-Montes. Fala “achim”, muito e bem. Parece uma grafonola, não há nada que não saiba dizer. Usa expressões como “lá no caraças mais velho”, “aquele tipo”, “onde é que andas pá?”, “o que é que tens miúda” e outras que não vale a pena citar aqui. Prefere a rádio Cidade a qualquer uma italiana.

Partilhou casa um ano com uma portuguesa (que descobri entretanto ser amiga de uma colega de faculdade só para confirmar a teoria de que o mundo é um penico) e diz que foi o suficiente.

O Marco é o tipo que todos os portugueses que vivem em Florença conhecem, um elo de ligação. Defendeu a bandeira Lusa nas tasquinhas Erasmus e teve de dizer a um professor, durante uma prova oral na faculdade, que não estava a conseguir falar bem italiano porque tinha vivido muitos anos no estrangeiro.

“Só me dou com tugas, quando vou para a minha terra [Nápoles] falo o dialecto, por isso, vou deixar de saber expressar-me na minha própria língua”.

Se vierem a Florença, já sabem, não podem deixar de o conhecer. É um personagem. Dos bons.

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