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Fotografia e montagem de Ricardo Lopes |
Confesso, fui a Verona só para ver a varanda onde a Julieta esperava o Romeu. Não quis saber se a casa já não era original ou se o bilhete era um roubo tendo em conta que me iriam mostrar objectos trazidos de propósito para compor o ramalhete. Queria estar ali onde os personagens que inspiraram Leonardo Dicaprio e Claire Danes se apaixonaram e mataram por amor.
Foram eles que me tornaram exigente com os homens - se o Romeu se matou pela Julieta tudo o que fosse menos do que isso teria de ser sujeito a uma análise rigorosa – e são eles os culpados pela maior desilusão literária da minha vida.
Nesta ida a Verona saiu-me um dois em um. Não só fiquei a saber que a história que me fez sonhar com o príncipe encantado é pura ficção - já fiz uma pesquisa inglória para tentar descobrir uma pitada de realidade - como também que não foi Shakespeare quem a escreveu pela primeira vez.
Talvez fosse ignorância minha mas nunca me passou pela cabeça que o Romeu e a Julieta pudessem não ter existido e muito menos que Shakespeare se tinha baseado na obra de outro autor para escrever a melhor história de amor de todos os tempos.
Pois reponha-se a verdade para aqueles que como eu nunca desconfiaram de nada. Aviso que vai a seco, custa um bocadinho, mas é melhor assim: A casa da Julieta, na Via Capello nº 27, que todos os anos leva milhares de turistas até Verona, é uma antiga pensão do século XIII que acolhia escritores e forasteiros e foi restaurada para o efeito – varanda inclusive - e a história é uma ficção da cabeça do escritor italiano Luigi da Porto de Vicenza que a escreveu pela primeira vez em 1520.
Se estivesse na primeira classe a conversar com os meus amiguinhos, o veredicto não deixaria dúvidas: O Shakespeare é um “copião”.
Sem duvida, um copião descarado. A sorte dele é que ainda não existia os direitos de autor
ResponderEliminarpode ter sido um copião, mas imortalizou uma história que sem ele estaria perdida.
ResponderEliminarpor isso desculpa-lhe uma metade que eu desculpo.lha a outra