domingo, 20 de março de 2011

Taras e manias

As minhas não são tão medonhas como a música do Marco Paulo mas suficientemente caricatas para o deixar boquiaberto.

Fica um pequeno role que não vos quero maçar: Tomo banho de chinelos, enfio lenços de assoar, elásticos do cabelo e outros objectos semelhantes nos lugares mais inesperados, tenho uma certa dificuldade para dobrar a coluna - pelo que sempre que deixo cair alguma coisa, preciso do detergente da máquina de lavar roupa ou de desligar a ficha do portátil peço o seu auxílio –, roubo as mantas – presas com meia-volta debaixo do corpo - durante a noite e leio TODOS os meus textos em voz alta.

Há justificação para tudo. Tenho nojo do polibã porque não consigo esquecer o que os meus olhos viram quando o encararam pela primeira vez, não tenho tempo de procurar o sítio certo para arrumar as coisas logo qualquer buraco serve (viva a originalidade!), não sou contemplada com massagens diárias vendo-me obrigada a poupar as costas, o frio durante a noite é uma guerra entre a força e a astúcia da qual tenho saído vencedora (ah ah ah!). Quanto aos textos? É uma disfunção mesmo, só consigo detectar erros de construção frásica se os ouvir. Sempre que termino um trabalho acontece cá em casa algo semelhante a um discurso político com dicção errada que troco-me toda com os “r”.

A expressão dele, coitado, é sempre a mesma. Arregala-me os olhos, incrédulo, e faz a inevitável pergunta: “É mesmo verdade que acabaste de fazer/dizer isso?”

É sim senhora. Mas também não te podes queixar de publicidade enganosa, ninguém te disse que seria fácil viver comigo.

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