sexta-feira, 18 de março de 2011

Um grave mal se apoderou de mim

Acho que preciso de ajuda. Sempre gostei de despachar as coisas a eito, de não deixar pontas soltas, de literalmente não guardar para amanhã o que posso fazer hoje. Estabelecia horários para tudo: comer, trabalhar, ver televisão. Sim, que isto de ser freelancer tem que se lhe diga. É fácil deixarmo-nos levar pela inércia e passar um dia inteiro no sofá a ver só mais um episódio daquela série com o pijama vestido e um ar pouco sociável.

Mas de há uma semana para cá, sou a cigarra em pessoa. Pior, sacrifico-me mantendo os hábitos da formiga e deixo-me ficar a vegetar, só mais uma hora, depois outra, até passar o dia todo. Levanto-me às 8 da manhã, visto-me, ligo o computador, e depois? Não acontece metade do que devia acontecer. Disperso-me a ler jornais e coisas que não interessam a ninguém. Falo com o conhecido com quem nunca meteria conversa não fosse o caso de não me apetecer fazer nada, espero que uma ideia luminosa desça até mim. Depois invento que tenho de ir fazer o almoço e lavar a loiça e e e, até ser hora de me ir deitar.

Pois bem, fica o aviso oficial da formiga Sofia para a cigarra Sofia: “Tens exactamente até amanhã às 8 horas para te pores na alheta. Caso insistas em armar-te em parva, terei de correr contigo com métodos pouco católicos. A escolha é tua. Sim, porque o que é que pensas? Aqui trabalha-se o ano inteiro, não posso ficar de papo para o ar como tu, ó gorda! Se não penso, se não escrevo, não como. Por isso, vamos lá a ver se esta escassez de ideias e energia se transforma em solo fértil. Bem!

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