segunda-feira, 28 de março de 2011

Apaixonei-me pela minha casa, e agora?


Não tenho aqui vindo porque ando enamorada. De há um dia para cá que para extravasar a minha felicidade faço uma espécie de patinagem artística com meias nos três metros de chão que tenho livres na minha nova casa.

Já me tinha esquecido do que era dormir sem cheiro a humidade, tomar banho sem ter a cabeça quase a tocar no tecto (e olhem que eu só tenho metro e meio), ter mais do que um pano da loiça, um jogo de lençóis e uma panela.

A minha nova casa é simplesmente linda e eu sou uma inquilina que se baba muito sempre que olha para ela. Tem um candeeiro que me ilumina os escritos, uma cama de verdade - em vez de um sofá cama a cair de podre – um polibã que dá para três pessoas tomarem banho ao mesmo tempo (não discuto gostos alheios), um fogão vitrocerâmico em vez do amigo bico eléctrico, um ferro de passar que só é pena não trabalhar sozinho e um sem fim de utensílios de cozinha.

Tem ainda A janela, grande com portadas brancas a fazer lembrar as vivendas chiques dos filmes americanos. E pronto, assim de repente, não me lembro de mais nada.

Para rematar, fica a dois minutos a pé da Ponte Vechio.

Vim aqui contar-vos isto e agora vou-me só esticar ali na colcha vermelha a ver notícias. Estive sem televisão quase dois meses pelo que pareço a criança a quem deram um brinquedo novo.



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