terça-feira, 29 de março de 2011

"Diga não às casas de banho mistas"

Este seria um dos slogans principais da minha campanha caso me candidatasse ao lugar de Berlusconi. Esta coisa de entrar na casa de banho e ver um homem, às vezes muitos, a lavar as mãos faz-me faísca nos neurónios. Fico sem saber donde vim nem para onde vou.

Não faz sentido nenhum a pessoa levantar-se da mesa do bar para ir retocar o batom e ver se está tudo bem com o rímel e o lápis preto e de repente, a partilhar o mesmo espelho, surge reflectida a imagem de um gandulo que não desvia o olhar.

Sempre que entro numa casa de banho aqui em Itália, a sensação repete-se e penso: “Ai Jesus que me enganei e vou ver o senhor desnudo no urinol, deixa-me já voltar para trás”. E depois não, está tudo bem. Homens e mulheres passeiam tranquilamente no mesmo espaço,  partilham as mesmas sanitas, os mesmos sabonetes. Tudo.

Desde pequenina que me ensinaram que no que ao xixi diz respeito, as meninas vão para um lado, os meninos para o outro. E agora, só porque mudei de país, devassam-me as minhas aprendizagens mais básicas?

Não há cusquices nem maledicências entre amigas. Nem sequer dá para puxar os collants para cima sem ter de esperar na fila. Aquela coisa da entrada triunfal depois de termos penteado o cabelo e retocado a maquilhagem também perde a piada porque o presente é desembrulhado antes do tempo.

E isto é tão anti-natura! Um atentado à privacidade feminina.

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